sábado, 21 de fevereiro de 2009

Salvador ser feliz assim

Designação do trabalho:
Leitura de um livro.
Síntese do trabalho:
As dificuldades que Salvador teve e tem que ultrapassar.
Seleccionei este trabalho porque:
Sinto grande satisfação na sua realização.
Foi um desafio que me surpreendeu.

Salvador do acidente só se recorda acordar na relva e que o seu corpo não lhe obedecia, lembra-se também de achar que o céu estava a um palmo de distância, que se quisesse podia tocar as nuvens.
Quando dois colegas o encontraram ele pediu que lhe tirassem o capacete, o que não o fizeram, também pediu para lhe esticarem as pernas, mas estas já estavam esticadas. Sentiu uma sensação de paz quando viu a mãe, sentiu-se protegido quando ela se sentou ao seu lado e lhe deu a mão.
Só por duas ou três vezes ele conta ter chorado; é possível que tenha sido mais.
Salvador logo após o acidente foi levado para o hospital da CUF, onde fez vários tratamentos e lá permaneceu durante muito tempo.
Como não havia mais nada a fazer foi para o hospital de Toledo, tem uma cadeira de rodas eléctrica, que o pode deixar de pé e uma carrinha adaptada que o leva onde precisar.
Foi aí que o Dr. Ascenso lhe pôs a par da sua realidade clínica, estava tetraplégico, embora Salvador já estivesse ciente dessa realidade, nunca ninguém lho tinha dito daquela maneira, acabaram por ficar muito amigos.
Logo no início da doença prometeu-lhe que iria andar oito anos depois, que a cura iria surgir, o tempo foi passando e já não havia mais a fazer nesse hospital, regressou a casa.
O tempo foi passando e Salvador resolveu ir para um hospital em Itália fazer reabilitação, o Dr. Humberto foi muito importante para ele, que o ajudou muito.
Salvador tem um projecto das “Acessibilidades nas Conversas”, onde está em contacto directo com as pessoas, escuta os seus problemas como voluntário. São conversas úteis para os dois lados.
Tem condições e meios para fazer a vida que fazia anteriormente.
Conseguiu fazer uma licenciatura em marketing de publicidade.
Ainda tem a Associação Salvador, criada em 2003, pretende alertar a sociedade para os problemas e restrições das pessoas portadoras de deficiência.
Organiza alguns encontros e jantares para reunir pessoas com deficiências. Tem sido um pouco difícil passar da teoria à prática.
Inicialmente não conseguia respirar, mal conseguia falar, tinha que estar amarrado à cadeira na altura do peito, pois não segurava o tronco.
Depois de muitas operações e passagem por três Hospitais, conseguiu superar todos esses problemas e continua a fazer reabilitação para que os membros não fiquem atrofiados quando surgir a cura.
Voltou a estudar e fez uma licenciatura em marketing de publicidade e trabalha com o seu computador.
Salvador, sai para ir com os amigos para a discoteca, faz mergulho com um instrutor Paulo Renato, a namorada Carolina Magalhães e o seu primo Filipe, a imensidão do mar provoca-lhe um sentimento semelhante a claustrofobia.
Tempos depois encontra o Dr. Ascenso e diz-lhe que há alguns anos atrás lhe dissera que ia andar aos 24 anos e iria casar aos 25 anos, ele respondeu que: o casamento é uma comunhão e partilha de vida, que é o que se passa entre os dois. Quanto a voltar a andar, que olhava para ele e via alguém que anda, que caminha, só que o faz de forma diferente.
Quando conhecemos o Salvador “passamos a utilizar a sua ideia de que é a cadeira que está presa a ele e não o oposto!”
Quando li o livro do Salvador senti uma paz inexplicável, pois este jovem, com tantas deficiências e tanta força para as combater, faz ver a muitas daquelas pessoas ditas normais, que não lutam por aquilo que querem sendo muito mais acessível, põem sempre dificuldades em tudo, tendo a vida muito mais facilitada.
Salvador tem um projecto das “Acessibilidades nas Conversas”, onde contacta com outros deficientes e partilham as suas experiências, saindo de lá mais fortalecido.
Também criou a Associação Salvador em 2003, para angariar fundos para poder ajudar pessoas como ele, realiza jantares, espectáculos e exposições, com a ajuda de muitos vultos da nossa sociedade a vários níveis. Embora muitos desses eventos sejam muito complicados de realizar, isso não o deixa desanimar, tentando logo outras coisas.
Salvador tem um enorme apoio da mãe e da irmã, além de todos os amigos que nunca o desampararam.
Mais uma vez a vida causou um desgosto a Salvador, pois a 20 Janeiro 2008 um avião caiu no Huambo, e Salvador, perdeu o pai, sentiu uma enorme mágoa, mas com o apoio de todos, vai tentando superar mais esta agrura da vida.

Gostaria de falar das barreiras arquitectónicas que existem por todo o lado, os nossos governantes não se devem lembrar que existem muitas pessoas com deficiências e não há: rampas, elevadores adaptados, as caixas multibanco são muito altas e os buracos das estradas também não ajudam, haveria muitas mais coisas a enumerar, mas se algumas forem feitas, os deficientes de certo agradecerão.
Quanto a mim, gostei de ler este livro, ver a realidade deste jovem e só posso deixar este pensamento:
Salvador, obrigada pela tua coragem, não te deixes ir abaixo, pois de ti depende muito mais pessoas que as que possas imaginar, pois de alguma maneira todos temos problemas e tu és a esperança.

Depois de realizar esta reflexão, o que posso dizer das aprendizagens que realizei?


Descobri que por mais que qualquer um de nós sofra, está muito longe do sofrimento do Salvador e de tantos outros que como ele sofrem e com menor qualidade de vida.

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